CEO gaúcha de Viadutos, Aline Deparis venceu obstáculos e trilhou um caminho bem sucedido em áreas predominantemente masculinas; gestão e TI
Nunca, nem nos tempos em que o horizonte se limitava à plantação de soja da família, em Viadutos, pequena cidade a cerca de 400 quilômetros de Porto Alegre (RS), Aline Deparis se encabulou com obstáculos. Curiosamente, o município em que nasceu é conhecido pelas pontes férreas – são 18 no total – que permitiram, até meados dos anos 1980, que trens vindos de São Paulo seguissem caminho até Rio Grande, transpondo vales e toda a sorte de contratempos que o relevo da região impunha.
Ultrapassar barreiras foi um aprendizado precoce. Primeiro, ajudando os pais nas atividades agrícolas, que, como se sabe, nem sempre a máxima “é plantando que se colhe” ocorre na prática. Então, vendo a persistência e o trabalho dos pais, Aline introjetou o que levaria para a vida profissional: fracassos devem ser motivadores para seguir em frente. E Aline seguiu.
Depois de deixar a casa da família no interior gaúcho, estudar Pedagogia, área em que chegou a atuar por um tempo e permitiu que ela ajudasse na alfabetização dos pais, ela foi para Porto Alegre. Chegou a passar em um concurso, mas o espírito empreendedor era uma força inata, e Aline mudou de rota para a área de análise de sistemas e Tecnologia da Informação. Hoje, é a CEO da Privacy Tools, maior plataforma brasileira de Gestão para Privacidade e Proteção de Dados Pessoais. Ganhou projeção nacional dentro do setor e se tornou uma das poucas mulheres que estão à frente no comando de empresas do setor tech.
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Aline trilhou a carreira reunindo duas áreas em que os homens ainda são maioria, mesmo que já se perceba avanços quanto à presença de mulheres: gestão e TI. E não foi sem superação. Passou por situações em que o machismo deu as caras, mas ela soube driblar com coragem e profissionalismo. Já disseram que CEO não era algo para ela e, no começo de reunião em que a analista de sistemas era a única mulher, foi abordada ao aproximar-se do lugar reservado ao presidente.
– Disseram “esse é o lugar do presidente”, e eu tive de dizer “eu sou a presidente” – relembra.
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Apesar de reconhecer que ainda há muito preconceito e machismo no setor tech, Aline prefere uma visão mais amistosa desse quadro, principalmente na gestão. Ela percebe especificidades na condução de homens e mulheres nas empresas, mas aposta que são características complementares e que enriquecem qualquer cenário.
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