{os muitos usos de um vibrador }
Para algumas mulheres, um meio de obter prazer, para outras, tabu. Para muitos homens, um aliado, para outros, uma ameaça, especialmente quando em formato de pênis e em tamanho grande, pois eles têm medo que o sex toy traga mais prazer que o original. Para a fisioterapeuta pélvica Keila da Silva, uma ferramenta de trabalho para auxiliar as mulheres a olhar para o próprio corpo.
Muito além do orgasmo
Usuárias ou não do vibrador, poucas mulheres sabem que o objeto tem muitas utilidades além do prazer. Ele é uma recomendação médica.
Você sabe o que o vibrador pode fazer na vida de uma mulher? Dar prazer é só uma parte. “O vibrador é um objeto que ajuda no autoconhecimento. Dá oportunidade de perceber sensações”, afirma Keila da Silva, fisioterapeuta pélvica especialista em saúde da mulher. “Muitas vezes a mulher quer ter prazer, mas não se conhece muito bem. Quer que o parceiro ou a parceira promova prazer, mas não sabe dizer como”, comenta. Ela enfatiza que costumamos ver o objeto com enfoque sensual, erótico, mas na fisioterapia vibrador é ferramenta de trabalho.
“A mulher tem eventos relevantes ao longo da vida. A menopausa é um deles. É um momento da vida que traz muitas alterações. O vibrador é um aliado em algumas dessas fases e o prazer é um plus. Um plus importante”, reforça ela.
“A vibração aumenta a vascularização, influencia musculatura, inervação, melhora a sensibilidade, a circulação, nutre a região perineal.”
Fisioterapia para quê?
“A fisioterapia pélvica é efetiva na prevenção e no tratamento das disfunções do assoalho pélvico. Exercita a musculatura de modo a evitar incontinência urinária, prolapso ou dor na relação sexual. Esses músculos precisam ser tratados como todos os outros. Necessitam de resistência. E é aí que entra o vibrador”, afirma a fisioterapeuta.
Mais liberdade não é sinônimo de prazer
“Hoje a gente vê uma liberdade sexual maior, independência feminina. Só que às vezes essa mulher jovem acaba indo para uma primeira relação sem conhecimento e, por vezes, tem dor. Acaba achando que é normal e não tem com quem repartir a informação”, comenta Keila. Segundo ela, meninas jovens têm tido relação muito cedo com parceiros que também não têm experiência, não conseguem relaxar, e assim seguem sua vida sexual.
“Sentir prazer é bom e é importante. Orgasmo são contrações multiplas no assoalho pélvico”, explica. Vale lembrar que o prazer não necessariamente começa nas genitálias. Pode começar de outras formas e em outros lugares como, por exemplo, na cabeça.
Velho exterminador de histeria
Uma curiosidade: o vibrador foi inventado na Inglaterra, no século 19, para ajudar no tratamento de uma “doença” que acometia as mulheres da época com sintomas como ansiedade, choro, dor de cabeça, falta de apetite. A histeria. Acreditavam que a origem do problema estava no útero e a recomendação atingir o órgão “por dentro”. Na prática, a paciente deitava de pernas abertas em uma maca e tinha vagina e vulva massageadas pelas mãos do doutor até o ápice da histeria, ou seja, o orgasmo.
Logo surgiram filas nos consultórios e a jornada de trabalho dos doutores acabou ficando cansativa, gerando lesões por movimentos repetitivos. Então, em 1869, o médico americano George Taylor criou o “The Manipulator”, um aparelho para substituir o vaivém dos dedos, o primeiro vibrador a vapor.
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