Sonho americano ainda mais completo

Daiana Bein Endruweit, 35 anos, vive hoje em St. Louis, Missouri (EUA), é jornalista e atualmente gerente global de comunicação externa em uma das maiores empresas de agronegócios e produção de alimentos do mundo. Desde 2019, mora nos Estados Unidos – até maio de 2020 em New York e atualmente em Missouri. Nasceu em Porto Alegre e foi criada em Ijuí. É apaixonada pela família, pais e irmãs, casada com Regis e mãe da Filipa, que está prestes a nascer. Como tem sido sua experiência nos Estados Unidos, como estrangeira e enquanto mulher? Ela nos conta a seguir.

Em 2009, quando cheguei nos EUA pela primeira vez [para experiência profissional], não tinha tanto recurso financeiro, mas o apoio emocional que recebi e a construção de um ambiente de trabalho de muito foco em aprendizado foram bem marcantes e muito importantes para meu desenvolvimento. Uma década depois, em 2019, minha vinda aconteceu numa fase de consolidação de carreira. A mudança envolveu trazer meu marido comigo. Portanto, o peso da decisão foi muito maior e a expectativa e necessidade de adaptação rápida ao país e à entrega de resultados foi muito grande. 

A experiência e o acolhimento foram bastante diferentes nas duas vindas, especialmente pela diferença de idade e posição que eu tinha e ocupava quando vim trabalhar nos EUA pela primeira vez, comparada com a segunda vez. Aos vinte e poucos anos, as expectativas pessoais e profissionais são muito distintas das de uma transferência internacional aos trinta e poucos. 

Não percebo uma diferença cultural tão forte em relação ao papel e espaço que mulheres ocupam em ambos países [Brasil e Estados Unidos]. Os desafios e oportunidades são bastante parecidos. Tanto aqui, como no Brasil, as mulheres estão conseguindo ocupar cada vez mais espaços de lideranças (governos e empresas) e isso será determinante para nosso futuro.

Ser mulher é usar minha voz e posição para criar oportunidades e mudanças positivas.

Trabalho em um ambiente de negócios e indústria que são historicamente liderados por homens – e as taxas de diversidade em geral ainda são baixas. A conquista de espaço é muito mais desafiadora e o apoio de uma mulher líder para que outras mulheres alcancem suas aspirações é tão importante quanto nossas próprias conquistas. Eu mesma recebi muito apoio de diversas mulheres ao longo da minha carreira e espero estar fazendo o mesmo para outras. Vinda de uma família de quatro mulheres, sei que nós somos nossas melhores aliadas. Quanto mais vibrarmos e incentivarmos que todas mulheres alcancem seus objetivos e que tenham as mesmas oportunidades e reconhecimento (equal pay, por exemplo), melhor será o nosso futuro, tanto no ambiente familiar quanto profissional.

A maternidade é um sonho que está sendo conquistado, misturado com muita curiosidade do que está por vir. Em breve, minha vida estará ainda mais completa com a chegada da minha menina. Sempre tive muito foco na minha carreira e fiz escolhas pessoais (mudanças de cidades e países, por exemplo) muito voltadas para as oportunidades profissionais que conquistei. Entretanto, sempre soube que queria ter filhos e entendia os desafios de buscar equilibrar os dois mundos. Agora, será um novo capítulo e sou grata por estar vivendo isso em um momento em que empresas e sociedade estão mais conscientes sobre o valor do tempo em família, algo bastante negado até pouco tempo atrás e que, infelizmente, ainda é uma realidade de muitas mulheres (e homens!)”.

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  1. AdrianH

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