Trabalho, Vida

Saindo da gaveta

Viajar é mudar a solidão de lugar, definiu Quintana. Escrever, ato solitário, também pode ser definido como uma viagem em que a solidão é protagonista. A escrita transmuta sentimentos e vivências não assimilados no processo da vida.

Nesse caso, o porto que nos aguarda é como uma redenção, livrar-se do que dói é a grande viagem. Já ouvi que o ato de escrever é como o de colocar o dedo na garganta e vomitar o que está em estado de ebulição e fazendo mal dentro da gente. É uma necessidade. Expelir para poder viver em paz.

Depois de colocar os sentimentos em palavras chega a hora de publicar. E, é então,  que a coragem precisa ser praticada. Criamos uma nova série da nossa Fala Feminina: Saindo da Gaveta. Inéditos, de mulheres que ousam mostrar-se. Sim, mostrar -se é exercício necessário, poderoso, para as mulheres descobrirem o seu lugar.

Fátima Torri, editora.

Versos lançados ao mar por Luiza Estima

Livro de estreia da jornalista traz poemas e ilustrações autorais com a temática do mar e das águas.

Pouco antes de terminar seu casamento, Luiza teve um sonho. “Acordei com as sensações que o sonho me provocou. Eu mergulhava no mar e encontrava coisas brilhantes lá no fundo. Fui para a sala e escrevi. Nunca publiquei esse poema e ele está no Trapiche, se chama Iemanjá”.

Trapiche é a obra de estreia de Luiza Estima: são 25 poemas e pensamentos com ilustrações de sua autoria que revelam seu olhar sensível sobre memórias, sensações e emoções no balanço fluido das águas e do universo de areia e sal que compõem todo seu oceano. Luiza escreve sobre o cotidiano, por vezes mergulhada em nostalgia, em outras, no humor que carrega forte em sua prosa.

O projeto foi para o papel depois de uma fase de autodescoberta vivida no isolamento provocado pela pandemia. “Cada filho com seus pares, eu sozinha, cozinhei para mim receitas que eu tinha nos livros, abri vinhos para beber comigo mesma, cantei alto no microfone as canções que eu sempre quis cantar. Me inscrevi para um concurso de poemas sobre o mar e tirei primeiro lugar com o poema Areia e Mar, que está no Trapiche. Então, as amigas de canto fizeram a ponte com uma editora e começamos a planejar”, conta ela, que criou, com essas amigas,  o grupo Samba na Cozinha (www.sambanacozinha.art.br), em que, cantando, realiza sua paixão e inspiração: a música.

Luiza Estima

Luiza mudou-se recentemente da capital paulista, onde viveu por 32 anos, para Porto Alegre e está cursando Escrita Criativa na PUCRS, enquanto prossegue atuando na área de Comunicação. 

Além da dedicação aos grandes amores – filhos, a neta, os irmãos e os amigos -, decidiu entregar-se a este novo projeto: escrever. Ela planeja lançar um romance no primeiro semestre de 2022 e colocar no ar uma minissérie. 

Luiza é mãe do Lucas e do Tomás e avó da pequena carioca Larissa. Escrevendo profissionalmente, assinou colunas, reportagens e livro com a temática do entretenimento cultural e gastronômico. Em poesia, venceu concurso com Areia e Mar (2020), que faz parte do livro Trapiche. Ao experimentar novos gêneros, conquistou 3º lugar na categoria Conto com Bandoneon, no Concurso Literário Renato Isquierdo, promovido para alunos da PUCRS e estudantes da Unati. 

Trapiche está em fase de captação via financiamento coletivo na plataforma Catarse — o projeto estreou em julho e vai até 17 de agosto de 2021 no ar para quem quiser colaborar e adquirir seu livro antecipadamente. Em setembro, estará publicado

Ficha Técnica 

Autora: Luiza Estima | Editora: Fantasy Books | Editora responsável: Silvia Regina Angerami

Coordenação editorial: Monica Miglio Pedrosa | Projeto gráfico e diagramação: Júlia Danesi

Impressão e acabamento: Forma Certa

Leia também

Mais lidos